quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Carlos Silvino "Drogado e Mentiu!!!"


O advogado de defesa de Carlos Cruz anunciou que vai requerer a audição de Carlos Silvino na fase de recurso do processo Casa Pia. Em causa estão as declarações de ´Bibi´ à revista Focus, em que Silvino afirma ter mentido em tribunal. A entrevista foi realizada por um jornalista da Focus que, em colaboração com a ex-mulher de Carlos Cruz, é também coautor de um livro sobre o ex-apresentador de televisão e o processo Casa Pia.

Na entrevista publicada hoje, e de que a SIC divulgou ontem excertos, o principal arguido do processo Casa Pia afirma que foi forçado a mentir em tribunal e que não conhecia os outros arguidos.

Alega também que quando esteve na polícia judiciária viu que alguns rapazes tinham sido agredidos e insinua que terá sido drogado para acusar os outros arguidos do processo Casa Pia.

“Fui obrigado”"Fui obrigado a assinar um papel, com a condição que eu estava, não estava em mim, com o copo de água que me davam, a água não sei o que é que lá estava dentro, senti-me mal e transpirava por todo lado não consegui comer dormir ainda muito menos, os nervos eram tantos" afirmou ‘Bibi’.

Entre outras coisas que disse na entrevista, Carlos Silvino revelou que conheceu Carlos Cruz, há 20 anos, por intermédio de Carlos Mota, mas afirma que nunca mais viu o apresentador de televisão.

Garante também que nunca transportou rapazes para as casas de Elvas, da Avenida da Forças Armadas e outras referenciadas no processo.

Nas suas declarações, ‘Bibi’ insinua que a investigação foi orientada segundo objetivos previamente definidos:
.
"Dizia assim o inspetor, eles dizem que é esta, estava o meu advogado ao lado, se os rapazes dizem que é esta, o que que achas ò Carlos ? Dizia o doutor . E eu disse, o que é que eu havia de dizer... Pronto… se eles dizem que é essa …".

No que respeita à casa da Avenida das Forças Armadas, onde alegadamente também ocorreram abusos, concretamente por parte de Carlos Cruz, Silvino diz que não a conhecia.

"Não, nunca lá entrei" garantiu Silvino, "nunca vi ninguém mas tive de dizer o que estava escrito. Não assinei, não fui eu que assinei , mas obrigaram os rapazes a assinarem, e então rapazes, um pouco atrasados mentais, como o Francisco era. (…) Nunca, mas nunca, nem para Elvas nem para nenhum lado levei, qualquer rapaz, daqueles que acusaram estes senhores".

Ricardo Sá Fernandes quer que o tribunal volte a ouvir ‘Bibi'Ricardo Sá Fernandes, um dos advogados de Carlos Cruz, afirma que não ficou surpreendido com a reviravolta nas declarações de Carlos Silvino. O causídico considera que estas constituem "um facto novo" que altera todos os dados do processo e revela que vai pedir ao tribunal que volte a ouvir ‘Bibi’.

"Se o Carlos Cruz e os outros foram condenados com base nas declarações dos jovens, corroboradas pelo Sr. Carlos Silvino, e se o Sr. Carlos Silvino agora repõe a verdade e diz que não conhece os outros, é evidente que isto põe em crise a convicção do tribunal" disse Sá Fernandes.

"Obviamente que eu farei juntar esta entrevista ao processo, logo que tenha acesso ao seu suporte digital, e requererei, que, mesmo no Tribunal da Relação, o Sr. Carlos Silvino seja reinquirido" garantiu.

O advogado de Carlos Cruz considerou que face às declarações de Carlos Silvino, "não é possível continuar a sustentar" a condenação do seu cliente.

"Só se o mundo estiver de pernas para o ar é que os juízes não terão de reponderar uma decisão, agora no Tribunal da Relação, quando o principal arguido do processo que serviu para corroborar as declarações das alegadas vítimas e para condenar os outros arguidos, agora vem dizer o contrário", afirmou.

Questionado pela agência Lusa sobre o facto de a condenação de Carlos Cruz não assentar apenas em Carlos Silvino, o advogado respondeu: "Pois, mas dizem que são as declarações dessa pessoa que corroboram as outras. E agora o que fica, o que corrobora as declarações dos rapazes? Os rapazes vão falar. Não tenha dúvidas de que a partir do momento em que as pessoas perceberem como foram usadas vão todas falar."

A condenação "assenta em coisa nenhuma, assenta em pó", considerou Ricardo Sá Fernandes, que disse estar "convencido que vai haver nos próximos tempos mais declarações e agora de jovens" da Casa Pia, testemunhas no processo.

Hugo Marçal diz que quer apurar responsabilidades Um dos condenados no processo Casa Pia, Hugo Marçal, admite que falou com Carlos Silvino antes de ser divulgada a entrevista em que este diz que mentiu em tribunal.

"Eu estive pessoalmente com o sr. Carlos Silvino no dia 17 de janeiro. Quis-se encontrar comigo para me pedir desculpa pessoalmente. Ele contou-me imensas coisas que não apareceram na reportagem", disse Hugo Marçal .

O advogado diz que quer "apurar a responsabilidade destas pessoas todas, no sentido de terem conduzido à prisão pessoas que afinal até estão inocentes".

"A minha advogada, juntamente com os outros colegas, estão nesse momento a delinear estratégias para que se consiga chegar a uma conclusão, em relação à responsabilidade de todas as pessoas que estiveram envolvidas nisto", disse Hugo Marçal, "como advogado só vejo essa hipótese. Não é contra o Ministério Público, isso é que era bom, é contra muito mais gente . O Ministério Público pede condenações, e lutou pela mentira. Para além, do Ministério Público e por detrás dele (…) posso-lhe adiantar uma coisa porque já foi dita, os polícias…", declarou à Antena 1.

O advogado e ex. casapiano Adelino Granja admite que as novas declarações de Carlos Silvino podem colocar em causa o processo casa pia:

"O que está a passar-se agora no processo Casa Pia passou-se noutros países, nomeadamente em França, em que passado cinco anos, (…) e com pessoas presas, algumas até se suicidaram na cadeia, as testemunhas vieram desmentir-se (…) por motivos circunstanciais, foram levados por indivíduos a mentir", considerou Adelino Granja.

"Este pode ser um caso. Eu gostaria que não tivesse sido isto, ou seja um julgamento na opinião pública contra determinadas pessoas que já têm o futuro todo em cheque", adiantou.

ASFIC/PJ estranha declarações de SilvinoPor seu lado, o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC/PJ), Carlos Garcia, estranha as declarações de Carlos Silvino, às quais afirma não dar qualquer crédito.

"O Carlos Silvino, em momento algum acusou alguém dos outros arguidos em sede de interrogatório ou declarações na polícia judiciária. Fazer estas declarações agora, ao fim destes anos todos, parece-me no mínimo estranho", disse Carlos Garcia, que relaciona o facto com o ponto em que o processo se encontra: Estará no tribunal da relação e já terá sido distribuído.

"Poderá estar a causar alguns incómodos. Nada disto me estranha nesta fase… deixe-me que lhe diga também quanto à questão de ter visto os rapazes. Daquilo que eu sei do inquérito, nunca o Carlos Silvino se cruzou com qualquer um dos rapazes nos corredores da polícia judiciária. Dou a estas declarações do Sr. Carlos Silvino o crédito que elas merecem".

Catalina Pestana: “o ator foi mal treinado”Ouvida pela Antena 1, a antiga provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, também desvaloriza as mais recentes declarações de Carlos Silvino, que classifica como "uma cena de uma ópera bufa de má qualidade, com um péssimo encenador, e com um autor pouco inteligente".

"O Sr. Carlos Silvino, neste processo é o ator, foi mal treinado, e está a dizer um texto ao qual não dá credibilidade nenhuma", disse Catalina Pestana, que afirma estar convencida de que este novo capítulo do processo casa pia irá dar "em nada".

O julgamento do processo Casa Pia relativo a abusos sexuais de menores da instituição terminou, ao fim de quase seis anos, com um acórdão que condenou seis dos sete arguidos a penas de prisão e ao pagamento de indemnizações.

Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão, igual pena foi aplicada ao médico João Ferreira Diniz, o embaixador Jorge Ritto foi condenado a seis anos e oito meses, Hugo Marçal a seis anos e dois meses, Carlos Silvino foi condenado 18 anos de prisão e Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, a cinco anos e nove meses. Gertrudes Nunes, dona da casa de Elvas, foi absolvida do crime de lenocínio.
Como dizia um grande senhor que nos vê lá de cima e se ri à gargalhada, e esta hã?
Passados estes anos todos fez-se luz na cabeça do arguido Carlos Silvino “Bibi”, pois agora já não está drogado e já não está obrigado a declarar o que não quer, ou estará obrigado e vinculado economicamente a declarar o que lhe convêm?
O que vale é que a defesa dos arguidos nunca valorizou os depoimentos do “Bibi”, por isso também não é agora que os vai valorizar, ou agora os depoimentos do “Bibi” já são credíveis? Valem o que valem, mas para mim ainda valem menos agora, porque se antes já existia reserva quanto à sua veracidade, agora e depois de admitir que mentiu, valem muito menos…
Mas afinal quem é o jornalista da focus, que segundo dizem foi co-autor do livro do arguido Carlos Cruz, sobre a casa Pia, juntamente com a ex-mulher do arguido, e que fez a entrevista ao “Bibi”, registada e filmada de uma forma estranha, como se fosse “clandestina”?
Mas tenho de admitir que foi tudo muito bem pensado, depois de condenado a 18 anos com uma versão, agora tentar a sorte com a segunda versão e reduzir os crime porque foi acusado, parece-me interessante do ponto de vista jurídico, socialmente não sei se ei de rir ou chorar…
O processo Casa Pia, deverá servir como exemplo de estudo doutrinal e de grande reflexão sobre o nosso sistema penal, para terminar só faltava o “Carlos” arguido condenado a 18 anos de prisão, fugir de “Mota” para algum canto do mundo viver com um grande desafogo económico, sabe-se lá porquê…

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Novas taxas para emissão de certidões

No 2.º Suplemento do Diário da República de 31 de Dezembro foi publicada a Portaria n.º 1334-C/2010, que procedeu à definição das taxas a suportar pelos interessados nos actos das secretarias dos organismos da Administração Interna, designadamente da PSP e GNR, passando cada certidão a ter um custo de € 10,00 por lauda, o que, designadamente, para uma certidão de uma simples participação de acidente de automóvel implicará o dispêndio mínimo ,para o interessado, de € 40,00.